Risk management: How to balance short- and long-term strategies in cybersecurity
A gestão de riscos cibernéticos deixou de ser um tema restrito ao departamento de TI para se tornar uma pauta central nas mesas de diretoria. À medida que as ameaças digitais se tornam mais sofisticadas e imprevisíveis, o impacto potencial de um incidente de segurança vai muito além da interrupção operacional — ele pode afetar diretamente a reputação da marca, a confiança do mercado e a sustentabilidade financeira da organização. A complexidade do cenário atual exige uma nova mentalidade: sair da postura reativa e adotar uma abordagem contínua, integrada e estratégica. Isso significa equilibrar ações imediatas, que protegem contra as ameaças do presente, com um planejamento de longo prazo, capaz de preparar a empresa para riscos futuros e fortalecer sua resiliência organizacional. Este artigo analisa como as empresas podem estruturar uma estratégia de gestão de riscos que una eficiência tática com visão estratégica, garantindo proteção sem comprometer inovação ou crescimento. Vamos explorar como essa integração pode ser alcançada e como a Asper apoia organizações nesse desafio. O Cenário Atual de Riscos Cibernéticos Principais ameaças emergentes O ano de 2025 marca uma inflexão na evolução das ameaças cibernéticas. A ascensão de tecnologias como inteligência artificial e aprendizado de máquina permite que cibercriminosos automatizem e aperfeiçoem seus ataques com precisão alarmante. Técnicas como a criação de deepfakes — vídeos ou áudios falsificados com aparência real — estão sendo utilizadas para fraudes de identidade e manipulações sociais dentro de ambientes corporativos. Além disso, o phishing, já comum no universo digital, atingiu um novo patamar. Com auxílio da IA generativa, os criminosos conseguem criar e-mails e mensagens praticamente indistinguíveis das comunicações legítimas de uma organização, tornando a detecção por colaboradores ou até por filtros de spam uma tarefa desafiadora. Outra preocupação crescente é o ransomware personalizado. Diferente das versões anteriores, que eram enviadas em massa, os novos ataques são adaptados ao perfil e à infraestrutura da vítima, explorando vulnerabilidades específicas e dificultando a contenção do impacto. Por fim, ataques à cadeia de suprimentos ganham força, especialmente em setores altamente interdependentes, como indústria, saúde e finanças. Nesses casos, um fornecedor comprometido pode ser a porta de entrada para ataques a grandes corporações, comprometendo não apenas dados, mas também processos críticos e continuidade dos negócios. Esses vetores refletem uma tendência clara: o crime cibernético está mais inteligente, segmentado e estratégico — o que exige das organizações não apenas defesas reativas, mas uma postura proativa e conectada à inteligência de ameaças. Impacto para as empresas Para as empresas, o impacto dessas ameaças vai muito além de perdas financeiras. Um único ataque pode comprometer dados sensíveis, paralisar operações críticas, gerar multas regulatórias e, sobretudo, abalar a confiança de clientes, parceiros e investidores. Organizações que não tratam a cibersegurança como prioridade estratégica se colocam em posição de vulnerabilidade frente a competidores mais preparados. Além disso, o custo médio de um incidente de segurança vem crescendo consistentemente. Segundo o relatório “Cost of a Data Breach 2024”, da IBM, o custo médio global de uma violação de dados atingiu US$ 4,88 milhões — o maior já registrado até hoje e um aumento de 10% em relação a 2023. Esse crescimento é impulsionado principalmente pela interrupção prolongada dos negócios, perda de receita e custos com contenção e resposta. Empresas que ainda não adotaram tecnologias como IA e automação enfrentam um cenário mais desafiador. De acordo com o mesmo relatório, organizações com alto grau de adoção dessas tecnologias conseguiram reduzir em média US$ 1,88 milhão no custo por violação, destacando a importância de investir em soluções avançadas e integradas. Nesse contexto, torna-se evidente que a segurança da informação não deve mais ser tratada como uma função de apoio técnico, mas como um pilar estratégico essencial à governança corporativa e à continuidade do negócio. Estratégias de Curto Prazo na Cibersegurança Ações imediatas para proteção No curto prazo, a implementação de medidas técnicas eficazes é o primeiro passo para reduzir vulnerabilidades imediatas. Firewalls atualizados, sistemas antivírus de nova geração, soluções de detecção e resposta de endpoints (EDR) e autenticação multifator são recursos básicos que formam a linha de frente da defesa cibernética. Essas tecnologias precisam estar integradas, com monitoramento constante, para garantir visibilidade e controle sobre possíveis anomalias. Além disso, a existência de um plano de resposta a incidentes é indispensável. Planos bem estruturados, testados regularmente e que contem com equipes treinadas para sua execução são cruciais para conter e mitigar ataques rapidamente. Ter clareza sobre papéis, responsabilidades e fluxos de decisão em momentos críticos pode ser a diferença entre um evento controlado e uma crise de grandes proporções. Consciência interna e resposta rápida O fator humano continua sendo um dos elos mais frágeis da cadeia de segurança. Por isso, ações educativas e de conscientização são indispensáveis no curto prazo. Treinamentos regulares, simulações de ataques de phishing e campanhas internas de segurança contribuem para transformar colaboradores em aliados da proteção digital. Estudos mostram que empresas que investem em programas consistentes de educação sobre segurança apresentam uma redução significativa nos incidentes causados por erro humano. A criação de uma cultura de vigilância ativa, com canais seguros para reportar comportamentos suspeitos e incentivo ao aprendizado contínuo, fortalece a primeira linha de defesa da organização. Planejamento de Longo Prazo para a Segurança Digital Cultura de segurança como valor estratégico Mais do que ações pontuais, a segurança precisa estar enraizada na cultura da empresa. Isso significa integrar a cibersegurança aos valores e práticas organizacionais desde a alta liderança até o nível operacional. A segurança deve ser tratada como um ativo estratégico, e não apenas como uma responsabilidade do departamento de TI. Empresas com uma cultura de segurança madura tendem a antecipar riscos, responder com agilidade a incidentes e envolver todos os colaboradores no esforço coletivo de proteção digital. Isso envolve políticas claras, comunicação constante sobre boas práticas e a incorporação de metas de segurança nos indicadores de performance das áreas de negócio. Investimento em tecnologia e pessoas O planejamento de longo prazo em cibersegurança passa obrigatoriamente pelo investimento em soluções tecnológicas que ampliem a capacidade de prevenção, detecção